As aranhas, ou estruturas araneiformes (seu nome científico) se formam durante o inverno em Marte quando o dióxido de carbono se transforma em gelo seco. Quando chega a primavera, a luz solar passa através do gelo translúcido e aquece o terreno debaixo dele. O gelo começa derretendo, causando erosão, mas o dióxido de carbono não adquire forma líquida durante longo tempo e se transforma em gás mais uma vez. O gelo se evapora, atirando pedaços de solo consigo em todas as direções.
Isso resulta em formações com uma estrutura redonda e lobulada, parecida a pernas de aranha. Até agora, todas as aranhas foram encontradas próximo do polo sul do planeta.
A Universidade de Oxford está procurando estas estruturas marcianas através da sonda norte-americana Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) e da sua câmera HiRISE (Experimento Científico de Imagens de Alta Resolução), que monitora o polo sul de Marte. O departamento de astrofísica de Oxford sedia o projeto Zooniverse, onde voluntários podem observar estas “aranhas” e outros fenômenos marcianos.
Cerca de 10 mil voluntários observaram e classificaram as fotos, tendo descoberto que algumas das “aranhas” ficam nas bordas do polo sul, longe do lugar onde elas geralmente se formam. Os astrônomos tomam em consideração a descoberta.
"É uma descoberta absolutamente inesperada. Isso nos ajuda a compreender melhor o processo de formação do dióxido de carbono em Marte", explicou Meg Schwamb, do observatório internacional Gemini, o principal autor do estudo.
"Estudando estas aranhas, saberemos mais sobre as diferenças entre a Terra e Marte. A formação das aranhas é determinada pelas estações em Marte […] e permite uma nova compreensão sobre a atmosfera marciana", acrescentou ele.
Schwamb planeja descobrir o ponto mais a norte onde essas aranhas se localizam.
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